Prestes a ser oficializada, fusão DEM-PSL cria maior força de direita na Câmara dos Deputados em 20 anos. Nova bancada terá peso significativo num eventual processo de impeachment de Jair Bolsonaro.
Prestes a ser oficializada, a fusão entre DEM e PSL deve criar uma megapotência partidária. A nova legenda deve nascer com 81 deputados federais e conquistar o posto de maior bancada na Câmara, com força para decidir votações importantes e ter peso significativo num eventual processo de impeachment de Jair Bolsonaro. Será a primeira vez em vinte anos que a direita reúne tantos parlamentares em uma única agremiação. A última vez foi no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, quando o PFL (atual DEM) elegeu 105 representantes.
Caso a nova sigla seja concretizada, vai desbancar o PT, que desde 2010 lidera o ranking de maiores bancadas na Câmara. Em 2018, foram 54 petistas eleitos. Hoje, o partido tem 53 deputados, empatado com o PSL. Mesmo que com a fusão parlamentares bolsonaristas deixem o novo partido, como esperado, a sigla ainda sem nome seguirá com o maior número de deputados.
Além de maior partido da Câmara, a nova legenda, caso saia do papel, deve controlar o maior número de Estados, favorecendo a formação de palanques regionais nas disputas eleitorais. Hoje, o PSL governa Santa Catarina, com Carlos Moisés, e Tocantins, com Mauro Carlesse. O DEM administra Goiás, com Ronaldo Caiado, e Mato Grosso, com Mauro Mendes. O PT também tem quatro governadores.
O novo partido, que ainda não tem nome definido, também deve ser o mais rico de todos. Terá perto de R $ 158 milhões por ano de fundo partidário, dinheiro público que abastece as legendas para gastos que vão de aluguel de sede, pagamento de salários, aluguel de jatinhos, entre outros. Em comparação, o PT ganhou R $ 94 milhões dessa verba pública este ano.
A sigla que sairá da fusão DEM-PSL receberá ainda, no que ano vem, a maior fatia do fundo eleitoral, cujo valor ainda deve ser corrigido pelo Congresso, mas, provavelmente, será superior a R $ 2,1 bilhões. Se considerada a soma dos valores de 2020 dos fundos eleitoral e partidário, o novo partido teria R $ 478,2 milhões, à frente do PT.
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